domingo, 1 de julho de 2007

Em defesa da natureza e do Batalhão Ambiental - Artigo

Acabar ou diminuir as atividades deste batalhão é um atraso inominável nas políticas públicas ambientais do Rio Grande do Sul.

Por Júlio Wandam*




Que tempos desleais são estes. Recentemente, recebemos a grave notícia de que o Comando da Brigada Militar quer acabar com o Batalhão Ambiental desta força de segurança. No momento em que a defesa da natureza se faz mais presente em todos os segmentos educacionais e é imposição em nível mundial para que tenhamos uma mudança de comportamento frente ao consumo e a degradação ambiental, o Governo do Estado, berço do ambientalismo no Brasil, impõe um retrocesso no órgão mais atuante e reconhecido pelo Movimento Ambientalista Gaúcho e toda a sociedade do RS como uma instituição que trabalha com afinco e realiza uma Missão que cumpre com a lei e fiscaliza com o rigor devido os crimes ambientais, ostentando números que comprovam o excelente cumprimento de seus deveres e das regras postas pelas leis a serem respeitadas por todos.
Em plena época de atitudes que o mundo assiste boquiaberto, devastadoras para ecossistemas e todos recursos naturais que são bens para um futuro próximo, que a cada dia se mostra uma incógnita para a humanidade, se haverá algum futuro(?) com a falta de 150 animais e plantas que são extintas a cada 24 horas, originando uma sucessão de outras tantas extinções, sem que se possa calcular a gravidade disto para o equilíbrio, recebemos esta notícia que choca pelo "jurássico" método de "iludir" com a desculpa de "racionalizar os custos".
Valores de salário, equipamentos e insumos que valem cada centavo investido do dinheiro público, e que agora é o motivo de sua extinção.

Não dá prá entender!!
E fechar, acabar ou diminuir as atividades deste batalhão, órgão de segurança, força pública em defesa do interesse público, coletivo, necessário e da competência do Estado pela CF/88, art. 23, incisos VI e VII, que surgiu exatamente da necessidade que os gaúchos tinham para garantir o futuro dos bens da natureza, é um atraso inominável nas políticas públicas ambientais, que causa temor "de que piores dias virão".
É agora, mais do que nunca que devemos nos unir, ongs, movimentos sociais e toda a sociedade civil organizada do RS e dizer NÃO à esta Extinção sem precedentes, pois esta é a única que pode impedir que demais ocorram.
Para defender um legado ambiental que nosso Estado ostenta, acredito que devamos agora honrar Rambo, Roesller, Lutzemberger, Zeno e outros tantos lutadores em defesa da natureza e defender esta instituição e manter acessa a luta que estes Bravos Ecologistas e nossos Policiais ambientais realizam em defesa do Patrimônio Público.

*O autor é ecologista, do Movimento Ambientalista Os Verdes Tapes/RS e do GT de Comunicação/Rede Bioma Pampa.
osverdestapes@gmail.com
http://osverdestapes.googlepages.com